quinta-feira, 10 de maio de 2012

A vingança



Ele humilhou e maltratou o outro por muito tempo, se sentia superior, se sentia bonito. Achava que o outro por amá-lo sempre estaria a seus pés. E foi assim por muito tempo. Até que o outro cansou e encontrou no branco da neve o seu amor.
O outro então se sentiu realizado, enquanto ele se sentiu abandonado. Depois deste abandono ele percebeu que não era o outro que precisava dele e sim ele que precisava do outro. O outro estava feliz e ele triste. Decidiu dar fim a sua vida, foi incapaz. Pois sempre foi um covarde.
E então a vida se encarregou de ajustar as coisas, o que antes sofria pelos maus tratos, era bem tratado e ele que era bem tratado, passou a ser mal tratado.
Certa vez o outro ao saber de seu estado, disse que não se importava, que era melhor que ele morresse.
Mas a vida age de forma estranha, a neve derreteu e o outro não pode manter seu amor. E ele ainda sofria por querer o outro.
É então que o outro tem uma idéia, fazer com que ele sofra tudo aquilo que sofreu, para que aprenda o que é sofrer.
Então o outro aceita ele de volta, mas impõe condições horríveis.
O outro sempre o lembra, o quanto os outros são melhores que ele, como ele foi feliz com o branco da neve, como ele não o satisfaz.
E ele apenas chora calado na noite, na esperança que algum dia o outro desista da vingança e perceba o quanto ele o ama e o quanto ainda podem ser felizes juntos.

2 comentários:

Sempre um dia a neve derrete e as coisas se acertam ... a vida é implacável qto a seus desígnios ...

Um dia da caça, outro do caçador...
Abraços

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