Antes de começar, ninguém morreu tá!
Depois de passar um longo período afastado do trabalho por
motivos de doença, voltei e fui comunicado que havia sido transferido. Logo de
cara fiquei muito chateado, pois gostava muito dos meus colegas e do local. Mas
fui né...
No novo endereço me senti um peixe fora d’água, lá só
conhecia um rapaz que havia feito treinamento comigo, ele é gay assumido e mui
to gente boa, mas ele estava de férias. Já no primeiro dia cheguei atrasado, e
o novo chefe já pegou no meu pé. Foi ali que pensei isso aqui vai ser o
inferno.
Como trabalhamos na rua e eu não conhecia o local bem um
rapaz me mostrou em que parte eu trabalharia e me deixou lá sozinho contando
com a sorte. E ao sair ele me disse:
- Quando acabar nos encontra no cemitério.
E eu pensei deve ser aquele cemitério por onde passamos,
deve ser em frente. E
fui trabalhar.
Ao final me dirigi ao tal cemitério, chegando lá não havia
ninguém na porta, nem em
frente. Como o rapaz havia me dado o número de seu telefone liguei
e ele disse:
- Olha para cima.
E lá estavam todos em frente à capela, dentro do cemitério.
Era a primeira vez que entrava em um cemitério, me deu
calafrios. Pensei que fosse passar mal. Mas subi. Chegando lá eles estavam
fazendo um lanche dentro do cemitério, conversando, brincando.
E eu não me controlei e perguntei:
- Gente isso aqui é um cemitério?
E uma senhora me disse:
- Isso mesmo é um cemitério, só um cemitério. Aqui só
ficaram os restos, pois o que havia de melhor de cada um que está enterrado aqui,
viverá sempre dentro do coração de seus entes queridos. E aproveite para
enterrar aqui tudo de ruim que há na sua vida.
E foi o que fiz enterrei lá tudo que me incomodava, me fazia
mal.
E hoje posso dizer que estou dando mais valor a meus sonhos
e a mim mesmo. E agora quando estou ficando para baixo volto ao cemitério e
enterro o que está me incomodando.
Este video abaixo é o encerramento de uma série americana chamada Six Feet Under (A sete palmos no Brasil), que trata a morte de uma maneira diferente. E a canção é belissima.
Sia - Breathe me
“Help, I have done it again
I have been here many times before
Hurt myself again today
And, the worst part is there's no-one else to
blame
(…)”